Conheça empresas capixabas de sucesso no país e no mundo

Marcas capixabas vendem para outros Estados e até países.

Foto: Arquivo PessoalCom sede em Vila Velha, a Amazomix, uma bebida energética, está no Brasil e na Europa

Crescer, abrir unidades em outras regiões do país e conquistar até o mercado internacional. Esse é o desejo de muitas empresas. Algumas, no Estado, são exemplo de sucesso ao expandir as fronteiras e alcançar novos mercados.

Esse é o caso da Frisa, por exemplo. Produtora de carne localizada em Colatina, Noroeste do Estado, a empresa que surgiu em 1968 e realizou a primeira exportação para a Grécia em 1974, atua nas regiões Sudeste e Nordeste e vende seus produtos para Europa, China, América do Sul, Oriente Médio, África e Israel.
O desafio, neste segmento, é atender às exigências sanitárias e religiosas de cada país e adequar produtos para cada cultura. “Para manter a marca forte no mercado, temos foco na manutenção da qualidade, no desenvolvimento de novos produtos. Temos também que observar as tendências de consumidores locais e no exterior para ser cada vez mais eficientes”, destaca Marcelo Colonezi, gerente de exportação Frisa.
Outra empresa capixaba que está em todo o mundo é a Adcos. A fundadora da marca, a farmacêutica Ada Alcinéa da Mota conta que começou a divulgação de seus produtos quando ainda tinha uma farmácia de manipulação. Ela dava palestras por todo o Brasil e levava seus produtos para profissionais da área. Em 1993, fechou com sua primeira revendedora, uma farmacêutica de Cachoeiro.
Há 5 anos, as franquias foram formalizadas – hoje são 29 franqueados e 90 lojas, distribuídas em várias regiões do Brasil, como Fortaleza, Cuiabá, Belo Horizonte, São Paulo e Rio. “Nós temos também uma distribuição em Portugal e temos atendimento para profissionais brasileiros que trabalham fora do Brasil no Japão, Europa, Moçambique, Chile, Argentina e outros”, conta Ada. “Graças a Deus eu gosto do que faço, de outra forma não teria resistência e nem perseverança que é necessária, tampouco a disposição para o trabalho. Nada cai do céu, nada veio de graça. Tudo foi muito trabalho, dedicação”.
Foto: Guilherme FerrariHá 22 anos no mercado capixaba, Ivan Aguilar se prepara para abrir showroom no Rio, onde venderá para o país, e vai participar de feira de negócios no Canadá

Dedicação e esforço também são o segredo de Emar Batalha, designer de joias, que tem lojas em São Paulo, Salvador e Brasília. A marca surgiu em Colatina há 20 anos e há 11 foi para Vitória. Quatro anos depois, pisava em território paulista após desfilar no pescoço de famosas como Ana Maria Braga e Juliana Paes.

“Eu sabia que minha marca tinha potencial, já atendia algumas clientes de São Paulo. Quando vi, havia necessidade de ter um ponto de venda em São Paulo”, conta. “Sempre tive o sonho de expandir, mas tem que estudar o consumidor na outra loja. E tem que estar disposto a se sacrificar, não existe ampliação sem muita dedicação e sacrifício”, diz.
Inovação
A inovação é outro diferencial que garantiu espaço de muitas marcas do Espírito Santo fora das fronteiras do Estado. A Pimpolho é uma delas.
“A marca existe há 54 anos. O fundador da empresa era representante comercial, então ele sempre teve essa visão de pulverização. Desde 1985, a Pimpolho começou a exportar e foi ganhando espaço fora, hoje exporta para todos os continentes. O nosso segredo é a busca constante pelo diferente. Não fazer mais do mesmo, buscar inovação, e trabalhando no desenvolvimento das pessoas”, diz Ricardo Brito, diretor comercial da Pimpolho.
Inovador também é o produto de Roberto Vitali, fundador da Amazomix, uma bebida energética a base de guaraná. De Vila Velha para vários Estados e para Portugal, Roberto acredita que a força dele está em ser um produto único. “De modo geral, os produtos usam cafeína sintética. Eu uso a guaranina, que também dá disposição”.
Agora, Roberto planeja expandir sua linha de produção. “A fábrica hoje é pequena, mas temos planos de expandir, através de parcerias, terceirizando a produção, em todo o país. Alcançar mais mercado, ter uma maior capacidade de produção para exportar para outros países. Esse é o plano a partir do ano que vem”.
Foto: Camilla BaptistinA marca de joias Emar Batalha surgiu há 20 anos em Colatina, e há 11 atua em Vitória. Daqui, foi para São Paulo, Salvador e Brasília

Para o estilista Ivan Aguilar, que está negociado a instalação de um showroom no Rio de Janeiro, onde vai vender para todo o país, o talento e a perseverança são quesitos que pesam no sucesso da marca fora do Estado. “Fui convidado para a semana de moda de Vancouver (Canadá) e lá pretendo estar na feira de negócios”.

Para quem deseja exportar e não sabe por onde começar, o governo do Estado, em parceria com a Apex, tem um projeto de preparação para o mercado exterior, explica o secretário de Estado do Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo.
“É uma metodologia que a Apex adota no país e contribui para que empresas pequenas e médias possam preparar seus produtos e sua estrutura, se qualificar para buscar mercados, exportar e construir parcerias. As empresas interessadas podem se inscrever no programa, chamado Peiex”.
Os segredos dos empresários
Ser empreendedor
Para alcançar novos mercados, é preciso ter o desejo de expandir suas fronteiras de atuação e vender mais, o que significa mais trabalho e mais dedicação.
Estudar o mercado
Foto: DivulgaçãoExportadora desde 1985, a Pimpolho vende calçados e vestuário infantil em todo o Brasil e em 40 países. A empresa fica até hoje em Vila Velha

Para entrar em novos mercados, é necessário estudar quem será o público consumidor, o comportamento daquele consumidor e estudar bem o ponto em que vai abrir uma loja, se for o caso – boa parte do sucesso está relacionado ao local onde vai expor seu produto.

Ter dedicação e persistência
O segredo do empreendedor é estar disposto a se sacrificar e se dedicar muito, e não desistir, ter persistência.
Promover treinamentos
Treinar quem vai vender fora do Estado, enviar material de divulgação e dar suporte técnico é outro ponto para fazer a expansão dar certo.
Atender normas de qualidade
Para exportar, muitos países exigem normas técnicas diferentes das que são exigidas no Brasil. Por isso, é preciso entendê-las e adequar seu produto. Se for alimento, é preciso atender também normas sanitárias.
Inovar
Buscar fazer produtos diferentes e ter a inovação como processo contínuo na empresa é um diferencial.
Planejamento
Definir o que quer para o futuro e ter estratégia de 10, 20 anos, ajuda a evitar tropeços e visualizar o produto ideal, equipe ideal, e o trajeto até chegar lá.
Buscar apoio do governo
O governo pode ajudar quando o assunto é exportação. Para isso, tanto a Sedes (no Estado) quanto a Apex (em âmbito federal) podem ajudar.
Melhorar o produto e buscar parceiros para expandir
 Em 1993, Ada da Mota começava a vender produtos pela primeira vez fora de Vitória - em Cachoeiro. Hoje são 90 lojas no Brasil e revendas nos 5 continentesTer um produto com ótimo padrão e competitivo e buscar bons parceiros para distribuir e vender produtos em mercados fora do Estado e do país. Essas são algumas das dicas de especialistas para os empresários que desejam alcançar novos públicos.
O primeiro compromisso que a empresa precisa ter, explica o consultor de marketing Eurípedes Pedrinha, é ter compromisso com a qualidade. E isso para sobreviver em outros mercados, onde a concorrência tende a ser maior. “A competitividade no Estado é pequena, é um Estado é pequeno. O primeiro compromisso é aumentar a altura da régua da excelência, ou seja, aumentar o padrão do produto dele. As referências devem ser os melhores dos mercados que a empresa quer atingir”, orienta.
Melhorar o produto envolve três coisas: matéria-prima, processo e adequação ao uso do cliente, diz Pedrinha. “Matéria-prima é seleção de fornecedor, é ter critério com relação ao material que vai utilizar. Em relação ao processo, é fazer investimento em gente, não é só equipamentos – é compromisso em fazer com qualidade, ter o equipamento calibrado, conferência correta, entrega de qualidade. E a adequação ao uso é o design, a comunicação, conveniência. Estar na hora certa no local certo, ter serviços agregados ao cliente”.
Planejamento
O segundo passo, salienta o diretor da Idea Consultoria Empresarial, João Luiz Borges de Araújo, é ter planejado na expansão. “O empresário deve pensar onde quer atuar. Se for no Nordeste, por exemplo, quais são as características regionais? O que o público valoriza? Os atrativos do produto são suficientes para atingir esse público? Mesmo com qualidade e vantagem competitiva, a pessoa tem que ir conhecer o mercado pessoalmente para entender as peculiaridades”.
Ter logística e distribuição eficiente, com bons parceiros, é outro requisito. “Ter uma distribuição eficiente, que atenda os clientes em questões relacionadas a prazos e volume de entrega precisam ser consideradas. Pode ser interessante estabelecer parcerias com alguém que já conhece o mercado, que tenha rede de distribuição, relacionamento. O ideal é conhecer a pessoa e as instalações da empresa dela”, diz Araújo.
Por fim, é preciso ter capital de giro. “Ele também tem que estar atento ao suporte financeiro. Para atuar em um novo mercado, é preciso ter produção maior. Então tem que investir.”
FONTE: A Gazeta
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